quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sugestão de aula de filosofia sobre Espinosa e Billy Elliot

Espinosa e Billy Elliot
Objetivo da aula: aprender sobre o que Espinosa considera ser a felicidade e relacionar com o filme “Billy Elliot”

Dinâmica:  
http://www.youtube.com/watch?v=ANSZJoKwb3w

Espinosa e Billy Elliot:
Para Espinosa, a felicidade só existe quando predominam paixões alegres, e ela “não é o prêmio da virtude, mas a própria virtude”. Mas como evitar as paixões tristes? Segundo ele, o único jeito de destruir essas paixões tristes é ter paixões alegres. As pessoas que buscam a felicidade no consumo e nas aparências tem uma felicidade inatingível e a frustração presente, pois suas mentes ficam tão tomadas pelo desejo da aquisição, que nada mais importa. O problema não está no desejar, pois o desejo é a nossa essência.
            E como essa ideia se relaciona com o filme “Billy Elliot”? No filme, Billy não se sentia feliz fazendo boxe, o esporte que ser avô e seu pai praticaram, mas se sentia na obrigação de fazer porque aquilo era como um tradição dos homens da família. Isso criava uma paixão triste no garoto. Quando ele conhece o balé, se apaixona, fica feliz pois está fazendo algo que gosta, que se sente bem fazendo. Apesar de, no começo, o pai não aprovar a decisão do filho, ele percebe o quanto Billy gosta e é bom no que faz, e começa a apoia-lo. Isso cria uma paixão feliz no menino, que segue com a carreira, agora tendo a aprovação do pai e do irmão.

Aula:
1.     Apresentar o objetivo para a sala
2.     Apresentar a música da dinâmica e pedir para os alunos opinarem sobre a música em relação ao filme
3.     Explicar a relação da música e do filme: Podemos relacionar o filme e a música de inúmeras maneiras mas em ambos algumas “ideais” de fato se sobressaem como por exemplo a incerteza do que de fato você ama, do que te faz bem e ainda mais interessante o fato de quebrar barreiras impostas pela sociedade para encontrar o que te faz feliz.

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou”

4.      Explicar a ideia de felicidade de Espinosa e pedir para os alunos relacionarem com o filme (usar explicação “Espinosa e Billy Elliot”)
5.     Responder as perguntas relacionadas com o conteúdo apresentado

I.       Qual é a ideia de felicidade de Espinosa?
II.     Segundo Espinosa, como combatemos paixões tristes?
III.  Explique resumidamente como as ideias de Espinosa se relacionam com o filme Billy Elliot.

Respostas:
I.       Para Espinosa, só é possível alcançar a felicidade quando predominam paixões alegres. E a felicidade é a própria virtude, não o prêmio dela.
II.     O único jeito de combater paixões tristes, segundo Espinosa, é tendo paixões alegres.
No filme, Billy só passa a ser feliz de verdade quando combate sua paixão triste, que no caso era o boxe, e passa a ter uma paixão feliz, o balé.
III.  No filme, Billy só passa a ser feliz de verdade quando combate sua paixão triste, que no caso era o boxe, e passa a ter uma paixão feliz, o balé.





 Grupo: Caroline, Giulia, Marcus, Mariana, Renato

Sugestão de aula sobre Karl Marx e o filme Billy Elliot



Filosofia

Aula Sobre Karl Marx

Objetivos: Conhecer a vida e as obras do filosofo Karl Marx e entender o filme "Billy Elliot" através de suas idéias.

Questões diretivas: Quem era Karl Marx? 

Karl Marx era um filosofo alemão nascido em 1818. Durante sua vida criticou o capitalismo, e criou as bases da doutrina comunista. Participou dos movimentos operários na Europa e escreveu teses sobre o comportamento urbano.

Ideologia: Um conceito novo
Marx, em sua tese materialista, desenvolveu a teoria de que as idéias de uma sociedade devem ser compreendidas a partir do contexto histórico. Segundo ele, as idéias principais refletem apenas a classe dominante, portanto são parciais.
Ele desenvolveu um conceito: a ideologia. Para ele, ideologia era o conhecimento distorcido que tinha por finalidade mascarar os conflitos sociais. Por meio dessa ideologia induzida, a dominação de uma classe era garantida. 

A relação do filme "Billy Elliot" com as teorias Marx pode ser notada nos movimentos operários em que sua família - pai e irmão- se envolvem, e na luta de classes que isso representa, pois os operários naquele período requisitavam melhorias trabalhistas, o filme também mostra uma época de transição na Inglaterra de Margaret Thatcher no decorrer da década de 1980, o choque neoliberal de Margaret Thatcher no Reino Unido implicou a construção sociopessoal, no plano ideológico-valorativo, de um novo homem (e uma nova sensibilidade) pós-fordista vinculado às demandas das novas formas de exploração do capital, ligado à atividade de serviço.
 A musica "Ideologia" de Cazuza fala sobre o conceito elaborado por Karl Marx.
Trailer do filme"Billy Elliot"
"Fabrica" de Legião Urbana

Sugestão de aula de filosofia sobre Nietzsche e o filme Billy Elliot

Nietzsche foi um dos fundadores do existencialismo.

Liberdade
Com essa afirmação vemos o peso da responsabilidade por sermos totalmente livres. E, frente a essa liberdade de eleição, o ser humano se angustia, pois a liberdade implica fazer escolhas, as quais só o próprio indivíduo pode fazer. Muitos de nós ficamos paralisados e, dessa forma, nos abstemos de fazer as escolhas necessárias. Porém, a "não ação", o "nada fazer", por si só, já é uma escolha; a escolha de não agir. A escolha de adiar a existência, evitando os riscos, a fim de não errar e gerar culpa, é uma tônica na sociedade contemporânea. Arriscar-se, procurar a autenticidade, é uma tarefa árdua, uma jornada pessoal que o ser deve empreender em busca de si mesmo. 

Nietzsche se preocupava com uma questão: o que limita a ação de um indivíduo?

O Indivíduo versus a Sociedade
O existencialismo representa a vida como uma série de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões; freqüentemente as escolhas são ruins. Nas obras de alguns pensadores, parece que a liberdade e a escolha pessoal são as sementes da miséria. A maldição do livre arbítrio foi de particular interesse dos existencialistas teológicos e cristãos. As regras sociais são o resultado da tentativa dos homens de planejar um projeto funcional. Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade, mais funcional ela deveria ser. Os existencialistas explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à passividade moral baseando-se no desafio de tomar decisões. Seguir ordens é fácil; requer pouco esforço emocional e intelectual fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica, não é o soldado que deve questionar. Deste modo, as guerras podem ser explicadas, genocídios em massa podem ser entendidos. As pessoas estavam apenas fazendo o que lhe foi dito.

Nietzsche acreditava na idea de que não há sentido a ser encontrado no mundo além do significado que damos a ele.

Podemos relacionar as ideias de Nietzsche com o fato do pai de Billy não aceitar o desejo de seu filho praticar ballet, já que a sociedade considera um ballet como uma dança para as mulheres. Também vemos que Billy só alcançara a felicidade dando sentido a sua vida, o que o faz com o Ballet.

Filme - trailer: Billy Elliot
Musica: I want to break free - Queen

Perguntar: 
1)Qual o significado da musica?(quer fazer alguma coisa mas não pode por diversos motivos)
2)Existem coisas que voces gostariam de fazer mas nao fazem por medo de ser julgado?

Explicar ideias do existencialismo: Busca da felicidade, liberdade e o indivíduo das sociedade (Ideias do Nietzsche)

Relacionar com Billy Elliot

Cena em que Billy enfrenta o seu pai (relacionar com alguma situação vivida pelos alunos)
Fazer uma reflexão com os alunos relacionando as ideias de Nietzsche com o filme e a musica.

Perguntar: Em algum momento voces ficaram com receio de seguir seus instintos?
(Caso não haja participação dos alunos, relate uma experiência vivida por voce.)


Grupo: Brayan Barotto, Christine Martins, Leonardo Spinola, Mariana Zilli e Martina Rocha.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O corpo por Michel Foucault


O corpo por Foucault

                O excerto abaixo é baseado no  livro Vigiar e Punir de Michel Foucault. Esse texto traz uma das ideias centrais do pensamento de Foucault a qual diz respeito à invenção do sujeito moderno, do indivíduo moderno:

                “(...) Durante a era moderna, o corpo se tornou alvo de dois tipos de pesquisas e escritas. Uma forma anatômica e metafísica, dos filósofos e dos médicos, e uma forma técnica e política, que estava presente nos regulamentos de instituições e de formas de condutas disciplinadoras, como, por exemplo, no exército, no hospital e na família.

                Para a forma de escrita sobre o corpo anátomo-metafísica dizia e se investigava as funções do corpo, cada órgão, cada detalhe, e se procurava entendê-lo em um conjunto moral - todas as questões orbitavam as funções. Por exemplo: olho, o que é? Para que serve? Como funciona? Qual a sua função biológica e moral?

                Para a forma de escrita sobre o corpo técnica-política o que se dizia apontava como torná-lo apto para um ideal de vida social. Por isso, estas técnicas informavam como fazer com que uma pessoa fosse capaz de produzir algo, como por exemplo, como um trabalhador pode conseguir mais de seu trabalho e em menos tempo, como acalmar uma pessoa considerada louca, como impedir que as crianças utilizassem indevidamente os órgãos genitais, como impedir que os soldados ficassem "molengas", e muitos outros.

                Estes conhecimentos sobre o corpo faziam com que cada vez mais as pessoas procurassem viver de forma a corresponder a eles. Assim, logo se descobriu que o que se faz com o corpo, se faz com a subjetividade das pessoas. Se alguém é treinado para ser soldado, logo ele pensará com os ideais de um soldado, terá emoções de soldado, ou seja, estará moldado por dentro e por fora para ser um soldado. O que se diria então dos esportistas, dos religiosos, dos alunos, dos trabalhadores? A modernidade a partir do corpo aprendeu a moldar as pessoas por completo, não apenas por teoria, mas sobretudo, por meio de técnicas. (...)”

                Para este filósofo, a maneira como nos vemos não procede de nossa natureza, nem de uma essência pessoal; ela vem de fora, de práticas que criam sujeitos - a sujeição. Nós nos constituímos não apenas por palavras, mas por ações fundidas a palavras, que, de modo geral, vêm ditadas pela sociedade, ou melhor pelas instituições.

                 Para Foucault, nós não somos fruto de teorias, somos fruto de práticas, ainda que algumas teorias nos influenciem. Por exemplo, seria possível existir um dançarino que nunca dançou ou um pintor que nada pinta? A resposta seria que são nossas práticas que nos constituem, e não a natureza.

                Mas de quais práticas estaria falando o filósofo? De onde elas vieram? Foucault fala das práticas disciplinares que vieram das instituições modernas, principalmente a partir do século XVIII, como as prisões, os hospitais, os quartéis, as fábricas e as escolas; sim, as escolas etc.

 

  • A distribuição

                A primeira atividade que as autoridades modernas deram ao corpo para discipliná-lo foi a distribuição. Para controlar um individuo, é importante colocá-lo em um lugar escolhido por nós. Mas como seria possível distribuir pessoas de uma cidade ou de uma sociedade inteira?

            Primeiro, construindo cercas ou muros, como nos quartéis e nas escolas. Dessa ma¬neira, os soldados e os alunos ficam separa¬dos das pessoas, não causando problemas.

                A segunda prática de distribuição consiste em separar os grupos e fazer com que cada um encontre um lugar no espaço. Por exemplo, cada trabalhador no seu setor, cada doente no seu quarto, cada aluno em sua carteira etc.

                A terceira prática de distribuição configura-se em dar aos indivíduos um lugar funcional: não basta separar, é preciso que estejam em um lugar em que possam ser vigiados, evitando comunicações indevidas ou reunindo forças contra quem os controla.

                Enfim, toda a separação tem o ideal da fila, o que quer dizer que as pessoas são separadas segundo uma hierarquia. Por exemplo, as séries e as classes na escola são separadas por hierarquias de idade, rendimento do aluno, e são formadas segundo a atenção dada à disciplina.

 

  • O controle do tempo

                Outra forma de transformar os indivíduos por meio dos corpos consiste em controlar o seu tempo.

                Primeiro, pelos horários: hora para chegar,

descansar, sair, trabalhar, dormir, acordar, tomar o remédio.

                Segundo, marcando o tempo de sua ação; por exemplo, a marcha dos soldados, a velocidade para apertar um parafuso na fábrica, em atender um telefone ou outra atividade.

                Terceiro, disciplinar o corpo inteiro, para sempre fazer bem-feito tudo.

                Quarto, adaptar o corpo aos objetos que se manipulam; por exemplo, caso fosse preciso ficar muito tempo em pé, seria necessário disciplinar as pernas e controlar os gestos, para que elas consigam executar as tarefas.

                Enfim, utilizar bem o tempo, até a exaustão.

 

  • O controle das gêneses

                Para conseguir criar o indivíduo desejado, também foi preciso controlar a forma de sua subordinação à disciplina. Para isso:

                Separaram-se os aprendizes dos veteranos. Segundo as necessidades de exercícios, foram separados aqueles que precisavam melhorar o desempenho nesta ou naquela ação ou atividade, exercitando-os até que alcançassem o máximo rendimento. Como em uma academia de musculação, aquele que precisa trabalhar os braços, por exemplo, foi direcionado a isso, assim como no exército, em que aquele que precisa melhorar a pontaria é separado e exercitado para isso.

                Criaram-se testes para medir a habilidade de cada indivíduo e encerrar o processo.

                Para cada um é dada uma série de atividades, conforme sua idade, conhecimento e habilidade, até alcançar o objetivo final.

 

  • Recursos de um bom adestramento

                Para conseguir um bom adestramento, foi preciso lançar mão de alguns recursos e procedimentos:

                Vigilância - é preciso que alguém fique observando a atividade, o corpo, o uso do tempo. Dessa maneira, será possível corrigir ou punir.

                A sanção normalizadora - em cada instituição, há maneiras de punir as pessoas que não cumprem seus deveres, o que ocorre na família, na escola, na fábrica ou no exército. Essa punição pode vir dos próprios integrantes da instituição (os familiares, por exemplo) ou das autoridades.

                O exame - ao saberem que vão ser submetidos a um teste, prova ou observação de uma autoridade, os indivíduos se autovigiam e se autopunem, colocando os objetivos das instituições dentro de si. Como? Vejamos o exemplo das provas na escola. Para se sair bem na prova de Matemática, o aluno terá de estudar. Estudar é uma atividade nem sempre agradável. Para realizar essa atividade nem sempre agradável, o aluno terá de se vigiar, dizendo a si mesmo: será que estou estudando o suficiente? Caso não esteja estudando, ele pode submeter-se a uma autopunição, por exemplo, já que não estudou durante a tarde, não assistirá ao filme da noite para poder fazê-lo.

                Os exames escolares produzem uma documentação que, ao final, compõe um histórico de cada pessoa. Por exemplo, tanto na escola como no hospital ou na fábrica, cada indivíduo tem uma ficha onde são registrados seus dados e guardados a documentação. Dessa maneira, é possível saber quantas vezes o aluno foi reprovado, se é ou não disciplinado, em quais matérias apresenta maior ou menor dificuldade, se foi punido e as razões de sua punição etc. Do mesmo modo, na fábrica, quantas vezes o operário chegou atrasado, quantas faltas já teve, quais suas condições de saúde, quantos e quais foram os acidentes sofridos etc. Enfim, cada um se torna um caso que requer determinado tratamento.

                Para Foucault, os indivíduos não nascem prontos, não têm essência ou natureza; eles são criados pelas atividades que desenvolvem com o seu corpo. Para esse filósofo, somos corpo e nada mais. O que fazemos com o corpo é o que nos define, e não apenas o que é dito sobre nós mesmos. E ninguém nasce livre, apesar de essa frase parecer bonita; nossa liberdade é uma conquista que fazemos não com palavras, mas com práticas.

                As ideias/conceitos, a distribuição, o controle do tempo, o controle das gêneses e recursos de um bom adestramento, foram melhor trabalhadas na obra de Foucault, Vigiar e punir.

 

  • Para refletir

                O trabalhador é vigiado pelo gerente, desde o lugar onde está até o que está fazendo e em quanto tempo. Conforme o tempo passa, o trabalhador vai assumindo, mesmo sem perceber, ideias da ação do seu próprio corpo. Até chegar a hora em que vai acabar acreditando que aquele tipo de vida é ideal. Desse modo, como a fábrica é pensada racionalmente, o trabalhador vai levar para sua vida pessoal essa racionalidade, tanto na ordenação do espaço como na ocupação do tempo.





***Texto extraído do livro Filosofando de Maria Lúcia de Arruda Aranha  e Maria Helena Pires Martins, Ed. Moderna.